As ruínas do Castelo Devín é ponto turístico mais visitado de toda a Eslováquia. Ele está situado perto do centro de Bratislava, no topo de um penhasco na confluência dos rios Danúbio e Morava, que formam a fronteira com a Áustria.
Nossa visita ao Castelo Devín
O Castelo Devín está situado em Devín, um bairro de Bratislava, distante aproximadamente 12 km do centro da cidade de Bratislava. Saímos do centro de Bratislava um pouco antes das cinco horas da tarde, depois da confusão de não termos conseguido chegar de carro no castelo da cidade e seguimos para Devín para tentar chegar a tempo de pegarmos o último horário de entrada. Ufa, deu certo!
O Castelo Devín é um importante sítio arqueológico da Eslováquia. Aqui você vai ver as ruínas do castelo, o que o torna mais sensacional ainda. Deixamos o carro na área de estacionamento e fomos comprar os ingressos para visitar a parte paga das ruínas de Devín, isso que faltava só meia hora para fechar!
Recomendo que você comece a explorar o castelo pela parte paga, pois esta tem horário de visitação e que dedique mais tempo do que dedicamos para a vista. 😉
As ruínas do Castelo Devín
As ruínas do castelo ficam no topo do penhasco e como chegamos com apenas 30 minutos para fechar, tivemos que correr o caminho todo. Isso me deu a impressão que a subida é cansativa mas acho que se você chegar num horário decente pra visitar não vai passar muito perrengue pra subir.
Mas mesmo na correria conseguimos aproveitar bem a área, pelo caminho tem vários animais como ovelhas, cabras e burros, eles ficam pastando perto do caminho pavimentado e fazem toda a paisagem ficar ainda mais bucólica. Essa parte é conhecida como o “zoológico” deles, que tá mais para uma fazendinha para nós brasileiros. E logo depois você já chega nas ruínas principais.
A coisa mais bonita desse caminho é ir vendo como a ruína vai aumentando no horizonte, apesar da besteira de chegar tarde, graças a isso pegamos o pôr do sol e um céu lindo! Para ver ao vivo estava maravilhoso mas tava péssimo de tirar foto contra o sol!
O passeio no castelo é simples, há uma exibição na parte interna e dentro das muralhas da ruína você pode andar por tudo, explorar o pátio, subir em torres e ver a paisagem em torno. E sinceramente, acho que foi a coisa mais bonita que vimos nessa viagem inteira. Simplesmente dá vontade de aprender a pintar só pra poder reproduzir isso. A cada subida a vista fica ainda mais linda, e lá no topo tem um binóculo que você pode olhar os detalhes da paisagem de graça. Passamos um tempão fazendo isso, explorando as casinhas, os navios que passavam e tudo mais.
Uma dica pra quem quer tirar uma foto linda de si mesmo no lugar, comece a tirar as fotos quando chegar ao topo e depois vai explorando os outros ângulos pelo caminho de volta, você vai economizar muito tempo! E essa parte mais alta estava fechada para restauração até 2017 então tivemos muita sorte de poder apreciar a vista de lá.
A exibição que tem na sala interna do castelo eu confesso que tivemos que dar pouca atenção, já que estávamos com um tempo muito apertado para a visita, mas tem objetos arqueológicos da arquitetura do castelo. O nome da exibição é “Architectural Development of Devin Castle”, e explica a história e mais algumas informações sobre a ruína entre o século XI e XIX.
Eu senti uma paz muito grande durante essa visita (mesmo com a correria que estávamos fazendo). Não sei se era pelo horário mas havia bem poucos turistas (entre eles um casal brasileiro tão atrasados quanto nós!) o que fez o passeio todo ser muito tranquilo e quieto. Dava pra ouvir toda a natureza em volta, quase sem sons humanos, sendo interrompida apenas pelas buzinas dos navios que passavam no rio.
Na saída, descendo para o portão de entrada, fomos com mais calma e pudemos apreciar os outros pontos de visita pelo caminho que pulamos antes. Uma delas é a estátua de uma jovem que eu não sei o motivo de estar lá. Mas acredito que seja uma alusão ao nome antigo do castelo, Dowina, que vem da palavra eslava “Deva” e significa garota/menina.
A torre de vigia do castelo é conhecida como Torre da Donzela (tradução livre minha do nome “Maiden Tower”), e é a torre de uma lenda local. Dizem que uma noiva se jogou de lá de cima no dia do seu casamento depois que a família dela matou o noivo por não o aprovar. Pouco dramático, não?
Além dessa estátua e da ruína do castelo, no mesmo caminho também tem as ruínas de uma capela cristã do século IV, que deixamos de ver, infelizmente. Essa visita dá pra fazer antes de chegar ao castelo quando você for visitar ou na saída.
Esse complexo arqueológico também tem uma outra ruína muito interessante (que também não vimos) que fica num caminho separado à direita, onde você passa pelas ovelhas e cabras pastando e parece que vai parar em lugar nenhum. Nele você vai encontrar uma placa com os dizeres “základy veľkomoravského kostola”, que significa algo como “Fundações de uma igreja da época da Grande Moravia”, segundo o google tradutor. E aparentemente lá tem umas ruínas da base da igreja e paredes.
Perto de lá você segue um caminho que passa no meio da floresta e vai chegar numa outra ruína, de um portão histórico e mais outras construções do castelo em ruínas.
O passeio todo deve levar em torno de 3 a 4 horas se você for fazer todas as ruínas. Pela importância histórica e a beleza do local eu acho que vale muito a pena, ainda mais que a entrada é 5€ (preço de 2018). Fiquei bem triste de chegar em cima da hora e me arrependi de termos nos enrolado tanto com coisas bem menos interessantes nesse dia, mas não dá pra acertar sempre, né? No final fizemos um passeio muito gostoso pelo menos pela parte principal do complexo arqueológico de Devín. 🙂
Parte externa do Castelo Devín
Na parte externa às ruínas do castelo há um caminho que o circunda e este caminho continua pela margem do rio Danúbio até a vila de Devín. Para acessar o caminho, siga pela direita do castelo, o caminho passa entre esse enorme muro de pedra e vai até a beira do rio.
Chegando às margens do rio vire à esquerda seguindo o muro do castelo. Aqui, as pessoas andam de bicicleta, famílias passeiam a pé, outros admiram a beleza da região sentados nos bancos disponíveis pelo caminho. Não sei se é exclusivo para bike, se passa automóvel, quando fomos havia muita gente andando por ali de bicicleta, a pé e inclusive com carrinho de bebê. Na outra margem do Danúbio é a Áustria.
Daqui tem-se uma visão espetacular da Torre da Donzela, também chamada de Torre da Virgem. Esta torre foi construída no final do período da Renascença.
A feira de alimentação
Quando fomos, junto ao estacionamento havia uma feira de alimentação com diversas barraquinhas vendendo os mais variados tidos de comida. Não sei dizer pra vocês se a feira é sazonal.
Depois de conseguirmos uma mesa (o que não foi fácil), comemos alguns pratos típicos da região. A Maria Eugênia foi eleita pelo grupo familiar como a responsável para falar com os eslovacos e pedir a comida, hahaha. Tadinha da minha filha, isso só porque ela mora na Alemanha. 🙂
Achamos até café do Brasil por aqui.
Um pouco da história do Castelo
Conforme consta no site dos museus de Bratislava, o local onde os rios Morava e Danúbio se encontram foi habitado desde os tempos pré-históricos. Após o período Celta, os romanos incluíram-no no sistema de defesa “Limes Romanus”, que protegia as fronteiras do Império Romano dos ataques dos bárbaros. A muralha defensiva deixada para trás pelos romanos foi mais tarde usada pelos eslavos, que construíram a Grande Fortaleza da Morávia.
Acredita-se que a primeira vez que o Castelo Devín foi mencionado em fontes escritas, foi em 864 quando Ludwig II sitiou o príncipe Rastislav em uma das muitas guerra entre os francos e a Grande Morávia no castelo de Dowina.
No século 13, foi construída uma fortaleza de pedra para proteger a fronteira ocidental do Reino húngaro. O castelo foi propriedade de famílias nobres da Áustria, da Hungria e da Alemanha. E em 1809 o castelo foi destruído por tropas napoleônicas.
– Ludwig II era neto do imperador Carlos Magno.
– O reino dos francos orientais foi um precursor do Sacro Império Romano.
– A Grande Morávia foi o primeiro grande estado predominantemente eslavo ocidental a surgir na área da Europa Central, principalmente no que é hoje o território da República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria e Sérvia.
fonte: Wikipédia
Em 1945, após o fim da segunda guerra mundial, a Europa ficou dividida em duas grandes áreas, a Europa Ocidental e a Oriental. A “cortina de ferro” era a fronteira que dividia a Europa. No lado leste da cortina de ferro estavam os países influenciados pela ex União Soviética e do lado oeste os países influenciados pelos Estados Unidos. A cortina de ferro ficava bem em frente ao Castelo Devín.
Desde a década de 1930, vem ocorrendo pesquisas arqueológicas no castelo. Em 1961, o Castelo Devín foi declarado monumento cultural nacional.
A Polônia, a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia, a Hungria, a Romênia, a Bulgária, a Albânia e a União Soviética pertenciam ao lado leste.
Mais tarde as duas Alemanhas se unificaram com a queda do muro de Berlin. A Tchecoslováquia separou-se em República Tcheca e a Eslováquia e URSS deixou de existir.
Os países que compunham a antiga União Soviética eram: Rússia, Bielorrússia, Letônia, Ucrânia, Estônia, Moldávia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Lituânia, Turcomenistão e Cazaquistão.
Viu como tem muita história e muito país para conhecer na Europa? 😉
Como chegar ao Castelo Devín
Você pode ir para o castelo de carro, transporte público, barco, visita guiada ou até de bike.
de automóvel – o castelo fica na divisa com a Áustria, na confluência dos rios Morava e Danúbio. É só colocar o nome do castelo no GPS que chega fácil. Coordenadas: GPS: N48°10’31” E16°58’44”.
de transporte público – ônibus linha 29 e 129, todavia recomendo que peguem o mapa do transporte público de Bratislava e, se possível, se informem no centro de atendimento ao turista.
de barco – Não sei mais detalhes, sei que existe essa forma.
visita guiada – Você pode escolher fazer uma visita guiada partindo de Bratislava. Neste caso o passeio tem guia turístico que vai contar com detalhes a história do castelo e ainda tem degustação de vinho e outros produtos regionais, dependendo logicamente de qual tour você contratar.
Você já pensou em fazer um bate-volta de Viena para Bratislava de Catamarã? O GetYourGuide oferece esse passeio.
Horário de Funcionamento
Abril – Setembro
de segunda à domingo: das 10h às 19h (última entrada às 18h30)
Atenção para o horário de fechamento. Fomos em setembro e na bilheteria nos informaram que fechava às 18h, não às 19h.
Novembro – Fevereiro
de segunda à domingo: das 10h às 16h (última admissão às 15h30)
Confirme horário e preço atualizado no site dos Museus de Bratislava.
No inverno o Castelo Devín fecha no caso de neve ou gelo.
Este post foi escrito a “quatro mãos”. Como chegamos tarde, nem todos conheceram os mesmo lugares. A Maria Eugênia escreveu sobre as ruínas que ficam na parte interna da muralha (que ela conheceu), eu descrevi a parte externa. Espero que gostem e se inspirem para visitar o castelo. 🙂
Por onde andamos
Eurotrip: nossa viagem pela Áustria, Polônia, Eslováquia e Hungria.
Viajando de automóvel pelos países da Europa Central - todas as dicas.
Na Polônia
Visitando Cracóvia, Auschwitz e a Mina de Sal na Polônia
Hungria - Budapeste
O que fazer em Budapeste – roteiro de três dias
Conhecendo o lado Buda da cidade de Budapeste
O que fazer no lado Peste de Budapeste
A Praça dos heróis, o Parque Városliget, a Grande Sinagoga e mais de Budapeste
A Visita Guiada à Ópera de Budapeste
Eslováquia
Eslováquia, porque você tem que conhecer
O espetacular Castelo de Orava na Eslováquia
A aldeia Vlkolínec, onde o tempo parou no passado
O que conhecer na Bratislava, a capital da Eslováquia
Visitando as ruínas do Castelo Devín
Áustria
Conhecendo a cidade de Viena, muitas informações e dicas
Onde se hospedar em Viena
Visita ao Palácio de Schönbrunn em Viena
8 Castelos, Palácios e Abadias da Áustria para conhecer num bate-volta de Viena
Para planejar sua viagem
Booking.com - Hotel, hostel ou apartamento? No booking é fácil reservar e fácil de cancelar. Aproveite os descontos exclusivos e as reservas com cancelamento grátis. Observe as regras de cancelamento de cada hospedagem.
Airbnb - Se viajar mais como local do que como turista é o seu estilo, no Airbnb você encontra casas, apartamentos e até quartos na casa de alguém.
Flixbus - A Flixbus é uma empresa de ônibus que atua em grande parte da Europa. São 1.700 destinos em 28 países.
Aluguel de automóvel - Pensando em alugar um carro? Pesquise a Rentcars, você paga em reais e sem IOF nas reservas internacionais feitas no Brasil.
Seguros Promo - Você escolhe a seguradora entre as mais famosas do mercado.
Reservas on-line de passeios, ingressos e outras atividades turísticas
GetYourGuide e Civitatis
Gostou do blog? Participamos de programas de afiliados de empresas do setor de viagens e turismo. Se você fizer uma reserva através dos nossos links, este blog recebe uma pequena comissão. Você não paga nada mais por isso e nos ajuda a continuar produzindo conteúdo.
Referências