Descobri as Aldeias Históricas de Portugal meio por acaso.
Estava eu um dia nas redes sociais, quando pipocou na minha frente um vídeo da Ruralea sobre as Aldeias de Portugal. Apaixonei-me pelas aldeias, assisti aquele vídeo inúmeras vezes e salvei o link para um dia tentar visitar esses lugares. Quando surgiu a oportunidade de conhecermos Portugal, peguei o vídeo, anotei o nome de todas as aldeias e plotei no mapa a localização das mesmas. Não daria para conhecer todas, selecionei as duas que eu mais queria conhecer: Monsanto e Trancoso e as demais ficou meio em aberto, para ser decidido quando estivéssemos lá. Este é o vídeo que definiu esse trecho da nossa viagem 🙂
As Aldeias Históricas de Portugal
Nós estávamos vindo da Quinta da Aveleda, em Penafiel, pertinho de Porto. Nesse emaranhado de mapa, onde se hospedar de tal forma que pudéssemos fazer bate volta na região? Na parte inferior do mapa, estava claro que seria Monsanto (linda!) mas e acima? Tinha um lugarzinho no mapa, marcado com A25 (nome da estrada), que ficava bem no centro de tudo. Dei um zoom no mapa e achei a cidade de Guarda. O mapa da localização das aldeias é assim.
Guarda não é uma aldeia, é a capital do Distrito de Guarda, estrategicamente bem localizada e tinha disponibilidade de hospedagem. Peço desculpas aos amigos portugueses que fizemos durante nossa viagem, mas estamos do outro lado do oceano e, sinceramente, recebemos poucas notícias de Portugal por aqui, assim, eu não conhecia Guarda. 🙂
As 12 Aldeias Históricas de Portugal são: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. Das 12, conseguimos conhecer sete, para isso fizemos dois pernoites em Guarda e mais dois pernoites em Monsanto.
Era 1º de setembro, verão, tempo quente, muito sol e dias lindos! Saímos da Quinta da Aveleda em torno de 12h30 seguimos viagem pela A4 para passar na região do Alto Douro. Não paramos em nenhuma cidade pois eu pensava que daria tempo de conhecer Trancoso antes de chegarmos em Guarda, mas não deu! 🙁
A cidade de Guarda
Guarda, assim como a maioria das cidade de Portugal, tem muita história para contar. A cidade foi fundada em novembro de 1199 através de carta foral de D. Sancho I (2º Rei de Portugal), com a finalidade de servir de centro administrativo, de comércio e de defesa da fronteira da Beira contra os reinos de Leão, depois o de Castela e por fim da Espanha. A cidade fica muito próxima da fronteira com a Espanha e foi essa finalidade que deu origem ao nome da cidade “Guarda”.
Pedro Álvares Cabral e seu trisavô Álvaro Gil
Pedro Álvares Cabral, nasceu na Vila de Belmonte, uma das aldeias históricas de Portugal. Em 1384, Álvaro Gil Cabral (trisavô de Pedro Álvares Cabral) era o alcaide-mór do Castelo da Guarda e recusou-se a entregar as chaves da cidade a D. João I de Castela, naquele conflito da disputa do reino com Castela, quando Portugal sai vitorioso na Batalha de Aljubarrota, e em agradecimento a essa vitória, D. João I, o Mestre de Avis, manda construir o belíssimo Mosteiro da Batalha. Observem que todas essas cidades têm uma importante participação na história de Portugal.
Onde nos hospedamos
Escolhi novamente um hotel situado no Centro Histórico como os demais que nos hospedamos nessa viagem. Essa viagem foi um pouco de retorno às raízes, se bem que as raízes são bastante distantes, muiiito distantes, mas era o que eu queria.
Pesquisei no booking.com e encontrei o Hotel Santos, um achado, bem no coração do Centro Histórico. Um campeão de vendas pelo booking, super bem avaliado, e com ótimo custo-benefício. Reservei 🙂
O hotel é encostado na antiga muralha da cidade. Ele fica a 150 m da Catedral. Para irmos até a Catedral descemos a pé uma quadra pela rua do hotel e entramos numa passagem que tem sob a torre, atravessamos e chegamos numa viela chamada Rua da Torre. Andando duas quadrinhas, chegamos no largo da Sé de Guarda.
A Sé de Guarda
A construção da atual Sé de Guarda é do final do século XIV, já no reinado de D. João I. Na fachada com Portal Gótico há um janelão Manuelino. O edifício de granito destaca-se pelo seu aspecto fortificado.
Eu não me cansava de admirar a espetacular Catedral de Guarda.
Horário de Visitação
Verão: de Junho a Setembro: 10h às 13h30 e das 15h às 18h30
Inverno: de Outubro a Maio: 9h às 12h30 e das 14h às 17h30
A Igreja é de planta em cruz latina, composta por três naves escalonadas, de cinco tramos cada. No seu interior podemos observar as fantásticas colunas torsas. A Coluna Torsa ou Salomônica Coluna é aquela cuja área central é helicoidal ou em espiral.
Na verdade, conhecemos pouco da cidade de Guarda, como fizemos dela a nossa base para conhecer a região, chegávamos já à noite, super cansados, e andávamos nas ruelas estreitas do Centro Histórico, admirando sua arquitetura e procurando um local para comer. 🙂
Onde comemos
No dia de nossa chegada, saímos para conhecer o Centro Histórico e para procurar um restaurante para jantar. Encontramos o restaurante O Ferrinho cuja especialidade é a cozinha regional portuguesa e resolvemos experimentar. Nossas filhas e meu marido escolheram Guizado de Javali e eu fiquei no mais tradicional, pedi Lombinho de Porco.
Os pratos custaram em média 9 €. Em quatro pessoas, pedimos couvert, três pratos principais e sobremesa para todos. Pagamos 47,50 € pelo jantar, incluindo aí vinho, água e taxas. (valores de setembro/2016).
Após o jantar voltamos para o hotel, passando novamente na região da belíssima Sé de Guarda, tiramos mais fotos, porque ela é muito linda mesmo, e fomos descansar porque o dia seguinte prometia: íamos para Trancoso, iniciando nosso roteiro pelas Aldeias Históricas de Portugal.
O Hotel Santos
O Hotel Santos é um simpático hotel de administração familiar, localizado no Centro Histórico da cidade de Guarda. O Hotel fica num prédio todo em pedra por fora, mas com seu interior reconstruído de forma moderna. Ele está encostado na antiga muralha da cidade, essa da foto.
O hotel não é grande, logo, não há grande quantidade de quartos ofertados através do booking. Se tiver interesse em ficar hospedado no Centro Histórico de Guarda, recomendo efetuar a reserva com uma boa antecedência.
Como em qualquer edifício antigo no Centro Histórico de uma cidade, não há estacionamento privativo do hotel. Os carros são estacionados na rua, e quando fomos, o estacionamento na rua era gratuito. Achei bem tranquilo, Portugal é um país bastante seguro e nas cidades menores é mais tranquilo ainda.
As Aldeias Históricas que conhecemos. Elas são tão lindas que escrevi um post para cada uma delas. Leia, inspire-se e conheça, você vai amar!
Trancoso || Marialva || Castelo Rodrigo || Belmonte || Sortelha ||
Monsanto || Idanha-a-Velha
Por onde andamos em Portugal
– Roteiro de 18 dias em Portugal, um país para conhecer, curtir e voltar…
– Chegando em Lisboa - Aeroporto Humberto Delgado
– Onde e o que Comer em Lisboa
– A Vila de Óbidos, a prenda de casamento da Rainha Santa Isabel
– Mosteiro de Alcobaça, Pedro e Inês de Castro
– O Mosteiro da Batalha, Aljubarrota e a promessa de D. João de Avis
– A encantadora Coimbra
– Coimbra e Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
– Coimbra em fotos
– A Universidade de Coimbra
– Braga, o Coração do Minho
– Fotos do Santuário do Bom Jesus do Monte
– Guimarães, Aqui Nasceu Portugal
– A Quinta da Aveleda, o passeio e a degustação de vinhos
– Guarda, a Serra da Estrela e as Aldeias Históricas de Portugal
– A aldeia histórica de Trancoso e muitas emoções nesse dia
– A aldeia de Marialva e o Museu do Côa
– A aldeia histórica de Castelo Rodrigo e a bronca das meninas
– Belmonte, a vila onde nasceu Pedro Álvares Cabral
– A aldeia de Sortelha em Portugal
– A aldeia de Monsanto e a Casa da Tia Piedade
– Idanha-a-Velha, a última das aldeias que visitamos
e muito mais...
Dicas de onde comer bem e barato em Lisboa é aqui! 🙂
As cidades de Portugal são lindas! As que visitamos eram muito brancas e floridas. Essa foto é da parte moderna da cidade de Guarda. Uma coisa que me encanta, é observar que os muros das casas são todos baixos, como eram antigamente no Brasil.
Não teríamos nesta viagem passado por onde passamos, andado por onde andamos, se não tivéssemos alugado um carro. Conseguimos ir para lugares incríveis que de outra forma seria muito complicado. Ah! As estradas são ótimas, conto nesse outro post sobre a aventura no Vale do Côa. 🙂
#dica: Pesquiso e reservo a hospedagem com no mínimo dois meses de antecedência, algumas vezes até mais. Escolho as com melhor custo-benefício para nossa realidade. Para reservar hotéis usamos o Booking porque gosto do estilo do site e da facilidade de reservas e cancelamento.
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Referências
Patrimônio Cultural
Turismo de Portugal
Casa Real Portuguesa
Wikipédia
Foto de capa: Maria Eugênia
Muito bom!! Vale comentar que boa parte das rodovias portuguesas são pedagiadas e que é interessante alugar o carro com o tag de pedágio. Abraço.
Oi Arthur, você tem razão, nós utilizamos a tag de pedágio, mas acho que esqueci de comentar isso no blog, inclusive qual o tipo de pagamento de pedágio escolher foi uma de nossas grandes dúvidas na organização da viagem. Obrigada pela visita e pela sugestão.