Era nosso último dia em Budapeste e havia muita coisa para conhecer. Fomos neste dia explorar a outra parte do lado Peste da cidade. Nosso roteiro incluía a Praça dos Heróis, o Parque da Cidade (Parque Városliget), a Grande Sinagoga e muito mais. Acompanhe aqui no post.
Indo para a Praça dos Heróis
Nosso primeiro destino foi a Praça dos Heróis. Seguindo a Avenida Andrássy, que é a avenida mais importante da cidade, vamos encontrar a Praça dos Heróis, os Museus de Belas Artes e Arte Contemporânea, o Parque Városliget dentro do qual fica o Balneário Széchenyi e o Castelo Vajdahunyad. Para curtir esta incrível parte de Budapeste, reserve ao menos meio dia, isso se você não quiser ir ao balneário ou conhecer os museus.
Se você estiver na região da Ópera Estatal da Hungria, e quiser ir a pé, é só seguir caminhando pela Avenida Andrássy que chega lá. Dá aproximadamente dois quilômetros de caminhada, mas se preferir poupar seu tempo, pegue o metrô linha amarela M1 até a estação Hősök tere. 🙂
Em amarelo no mapa, está a linha do metrô. O ponto vermelho é a estação Hősök e vocês estão vendo aquela estrela marcada como Apto Budapeste? Foi aí que nos hospedamos, um aparthotel com localização estratégica. 🙂
A Praça dos Heróis
A Praça dos Heróis é uma das praças mais importantes de Budapeste. Suas estátuas homenageiam personagens históricos húngaros como São Estevão I da Hungria, cuja imagem está no lado esquerdo do monumento, como também os líderes das sete tribos fundadoras da Hungria, que estão sendo representados na coluna central. São eles: Árpád, Előd, Tas, Huba, Töhötöm, Kond e Ond.
É também no entorno da Praça dos Heróis que estão os museus de Belas Artes e Arte Contemporânea.
Museu de Belas Artes de Budapeste
O Museu de Belas Artes de Budapeste (Szépművészeti Múzeum) foi fundado em 1906 por Franz Joseph, Rei da Hungria e Imperador da Áustria, para celebrar a fundação do país, há mais de 1.000 anos. A intenção era criar um centro cultural com os trabalhos dos melhores artistas do mundo. Sua coleção é composta de arte internacional e ele tem a segunda maior coleção de arte egípcia da Europa.
Como vocês sabem, Áustria e Hungria faziam parte do poderoso império Áustro-Húngaro e Francisco José (Franz Joseph) era o comandante deste império. E, como não podia deixar de comentar, ele era o esposo da Sissi, a Imperatriz.
O local não é vazio, todo reservado só para você, como aparenta ser na foto acima, ao contrário, toda a cidade de Budapeste é cheia de turistas como dá para perceber na foto abaixo. 🙂
Na Hungria, fazendo as visitas guiadas, podemos perceber a adoração e respeito do povo húngaro para sua eterna imperatriz e a recíproca era verdadeira.
O Parque Városliget e o Castelo Vajdahunyad
Logo atrás da Praça dos Heróis está o Parque Városliget, o parque da cidade, no interior do qual está o Castelo Vajdahunyad e as Termas de Széchenyi.
O parque é lindo, recomendo que reservem um tempo para conhecê-lo. Ele surgiu como um local de caça usado pela nobreza e a partir dos séculos XVIII e XIX foi se transformando no parque que é hoje.
Castelo Vajdahunyad
Inserido no coração do Parque Városliget, o Castelo Vajdahunyad abriga hoje o Museu Agrícola.
A arquitetura do Castelo é uma mistura de estilos de características húngara e européia dos períodos românico, gótico, renascentista e barroco, mas em edifícios separados. O portão de entrada lembra um típico portão medieval.
No pátio encontramos diversas esculturas, todas muito disputadas pelos turistas para suas selfies e fotos de viagem, logicamente não fugimos à regra.
Esta estátua é a de Anonymous, o cronista desconhecido da corte do rei Béla III (1172–1196). Observe a caneta na mão direita da estátua.
Eram tantas esculturas, cantos e recantos que dá vontade de publicar todos. Esta aqui, está em frente a uma pequena capela e achei o tapete de flores a coisa mais linda! Além da capela, é claro, rss.
Termas e Balneários de Budapeste
Budapeste é famosa por suas termas, a cidade está sobre uma das maiores bacias de águas termais do mundo, então não é exagero dizer que Budapeste é a capital mundial do spa. Com essa propaganda toda fiquei animada em incluir um spa na nossa programação na cidade de Budapeste.
Na verdade, eu queria mesmo conhecer a Miskolctapolca Cave Bath que fica a 184 km ao norte de Budapeste, mas como acabei mudando nossa rota da Eslováquia para Hungria, tentei encaixar um banho termal aqui.
Na cidade, são 118 fontes termais e nascentes naturais, algumas das quais estavam em uso desde os tempos que os romanos andavam por aqui. Dessas, três banhos termais se destacam entre os turistas: Termas Gellért , Termas Széchenyi e Termas Rudas Baths. A Széchenyi Baths fica no lado Peste da cidade e as outras duas no lado Buda. Segundo li, a Termas Rudas Baths é onde se pratica banho nu, do jeito que Deus te trouxe ao mundo. Se você não é adepto ao nudismo, pesquise bem qual termas deseja conhecer, mas se curte um nudismo, fica a dica. 🙂
Termas Széchenyi Spa
Localizada no Parque da Cidade e próxima da Praça dos Heróis, a Széchenyi se encaixava perfeitamente em nosso roteiro.
O edifício externamente é lindo, construído em estilo renascentista moderno. As Termas de Széchenyi datam de 1913 em seus banhos internos e as piscinas externas são de 1927.
Apesar da beleza do local e das roupas de banho na mochila, desistimos de entrar, não daria tempo para curtir as termas e ainda conhecer a Sinagoga, então, só demos “uma passeada” pela parte não paga e fomos para nosso próximo destino. E falando sério, achei perda de tempo gastar uma tarde numa piscina em Budapeste com tanta coisa bonita para ser vista, mas esta é uma opinião pessoal.
Continuando a explorar o lado Peste
Deixamos a região do Parque da Cidade, pegamos a linha amarela do metrô, passamos no Mercado Central e fomos almoçar antes do próximo destino, que seria conhecer a Grande Sinagoga.
Estação Körönd
No trajeto da linha amarela, o metrô passa pela estação Körönd. A estação é centenária, foi inaugurada em maio de 1896. Não consegui mais informações sobre ela, mas que é bonita, isso é! Se alguém tiver mais informações sobre a estação Körönd, nos ajude escrevendo nos comentários.
Fiz essa foto de dentro do vagão do metrô, quando passamos pela estação.
Mercado Central de Budapeste
O Mercado Central de Budapeste está instalado em uma bonita edificação do final do século XIX. Bastante danificado na segunda guerra mundial, o edifício passou um tempo interditado por impossibilidade de uso. Sofreu uma grande intervenção de restauração nos anos 90 e hoje é uma das atrações turísticas da cidade. Para quem curte culinária local, gastronomia e souvenir é uma dica.
Não almoçamos no mercado porque fui incapaz de me entender com a praça de alimentação deles, assim como foi missão impossível para mim, me entender em Bratislava, rss. Preferi um restaurante de rua sem muita complicação, sob protesto de meus filhos.
A Grande Sinagoga
Eu gosto muito de igreja, quando viajo conheço todas as que posso conhecer, sejam elas enormes e imponentes catedrais, ou singelas e pequeninas capelas. A grande maioria são igrejas católicas, mas conheci lindas igrejas protestantes quando fui para Bremen (norte da Alemanha), onde inclusive, comemos um delicioso café com bolo dentro da Igreja. Conheci a Grande Mesquita Muçulmana e o Templo Budista em Foz do Iguaçu (Paraná), mas faltava conhecer uma Sinagoga.
A Grande Sinagoga de Budapeste, também conhecida como Dohány Sinagoga, é a maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo. Foi construída em 1859 e tem capacidade para 3 mil pessoas. O estilo arquitetônico predominante é o mourisco, embora também contenha detalhes bizantinos e góticos.
A visita à Sinagoga compreende a visita ao edifício do templo, ao pátio onde está a árvore da vida e a visita ao museu. É visita guiada e há grupos distintos para nove diferentes línguas, mas não tem em português. Meus filhos foram no grupo cuja guia falava em inglês e eu e meu marido ficamos no grupo que a guia falava espanhol.
Na primeira parte da visita, a guia nos explica sobre o edifício da Sinagoga, depois seguimos para o pátio e em seguida para o museu.
No pátio vemos o cemitério e a Arvore da Vida. Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas fizeram dos arredores da sinagoga um gueto judeu que posteriormente se tornou um campo de concentração.
Este cemitério tem grande importância, pois de acordo com o costume judaico, os cemitérios não são colocados ao lado das sinagogas. Este em especial foi criado por necessidade da Segunda Guerra Mundial. Quando, em 1945, o gueto judaico foi libertado, milhares de cadáveres jaziam nas ruas. Eles foram enterrados em 24 valas comuns no pátio da Sinagoga.
A Árvore da Vida é uma escultura construída em 1991, cujo formato lembra a árvore chorão e em cada folha está escrito o nome de um judeu assassinado durante o Holocausto. É muito impactante, não tem como não chorar nessa visita. ?
E a terceira parte da visita é ao museu, onde podemos andar livremente olhando o museu em nosso próprio ritmo.
Informações úteis
Vestimentas
Os homens não podem entrar na Sinagoga com a cabeça descoberta, devem usar o kipá, ou quipá, durante todo o tempo que permanecerem no recinto da Sinagoga. Na entrada, após a validação dos bilhetes, são fornecidos quipás descartáveis para os visitantes.
Para as mulheres, não são permitidas roupas sem manga, shorts ou minissaia. Nada que uma bela echarpe enrolada na forma de saia não resolva.
Dias de visitação e horários
A Sinagoga está aberta para visitação todos os dias com exceção dos sábados e feriados. No verão o horário de visitação é das 10 horas da manhã até 20 horas, última entrada 19h30, com exceção das sextas-feiras, cujo horário final é 16 horas.
Uma dificuldade que senti na organização dessa viagem é que há divergência de informações sobre horários e preço das atrações turísticas, por isso minha dica é que não deixe para comprar em cima da hora e não chegue nos últimos horários porque você pode descobrir que o horário de fechamento era mais cedo do que o informado como aconteceu conosco nas ruínas do Castelo Devín (na Eslováquia), ou ainda, descobrir que você não consegue comprar o ingresso na hora, como aconteceu conosco na visita ao Parlamento, nesta mesma viagem.
Compra de ingressos e reserva com antecedência
Quem quiser comprar os ingressos com antecedência pode fazê-lo no site da Sinagoga como também pode comprar no site da Civitatis.
Nós compramos diretamente na bilheteria na entrada da Sinagoga. Havia fila mas não era uma fila gigantesca e não corremos o risco de ficar sem ingressos, como aconteceu com o Parlamento Húngaro.
Endereço e como chegar
Endereço: Dohány utca 2-8
Metrô: Astoria, linha 2 (vermelha).
Ônibus: Károly körút, linha 74.
Bonde: Astoria, linhas 47 e 49.
A Sinagoga ficava a 750 m de nosso apartamento, 9 minutos de caminhada.
A Sinagoga também é bem próxima do Museu Nacional da Hungria (que não visitamos), da Basílica de São Estevão (+-700 m) e Ópera de Budapeste (+-750 m) que visitamos no primeiro dia.
O Café New York
O Café New York e meu quase mico!
Quando eu estava planejando a viagem li muitos elogios ao Café New York, lindo, charmoso, uma elegância e blá, blá, blá. Ah! Vamos conhecer! Nesta noite, colocamos nosso melhor estilo dentro do que havíamos levado na mala e fomos a pé ao Café New York que ficava muito próximo de nosso aparthotel. Eu nem queria grande coisa, só um café com bolo para marcar presença e dizer “eu fui” 🙂
Chegando na porta do café vi que era lindo e um luxo só! Era todo envidraçado, com amplas janelas e dava para olharmos dentro. Talvez aquele dia fosse uma exceção, mas todos absolutamente elegantes! Muitos clientes japoneses, indianos e indianas e muçulmanos (provavelmente árabes) daqueles que nadavam em dinheiro pela quantidade de joias que usavam suas mulheres. Todos no melhor estilo “estou podendo”. 🙂 Olhamos para aquela clientela, olhamos para nós mesmos e não era pra nós! Nem entramos, hahaha. Um tanto quanto frustrada, passamos no mercado, compramos cogumelo Paris gigantes e fizemos em nosso aparthotel, macarrão com molho pesto e cogumelos Paris salteados no óleo de oliva, que estava muito bom!
Essa foi nossa última noite em Budapeste. No dia seguinte pegaríamos o carro cedo com destino a Brastislava e depois Viena, de onde, dali a dois dias, voltaríamos para o Brasil.
Onde se hospedar em Budapeste
Como comentei em post anterior, ficamos hospedados no Nova Aparthotel que fica na região central no lado Peste da cidade, pertinho do Café New York (aquele que eu ia e não fui, rss) e também é perto da estação de metrô Blaha Lujza. Se você está pesquisando hospedagem em Budapeste, veja mais sobre este aparthotel e outros que selecionei no post “Budapeste, roteiro de três dias“.
Nosso apartamento tinha dois quartos e sala e cozinha conjugadas, muito confortável.
E por último, uma dica para quem quiser se organizar melhor: no primeiro dia pode começar acompanhando o Free Walk Tour. É free, mas a gente paga uma gorjeta, ou contribuição espontânea. 😉
Por onde andamos
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Referências
Nossa experiência pessoal
Vajdahunyad Castle
Grande Sinagoga
Excelente relato!!!
Obrigada Andrea! ❤❤