Quando se planeja ir para Bangkok normalmente você vai optar por um dos dois modelos: Tailândia dos ricos ou dos mochileiros.
A dos ricos é para aqueles que ficam em belos hotéis ocidentalizados e a Tailândia mochileira, para quem fica em hostels, anda sempre de havaianas e toma pouco banho. Eu e minha amiga que somos pobres estudantes mas não abrimos mão de banho diário, ficamos no meio desses dois.
Prioridades na hora de escolher um hotel em Bangkok
Pegamos um pouco de cada estilo de viagem e fizemos um mix que nos deu conforto e segurança mas também pudemos experimentar o país e a cultura bem de perto. Meu hostel era do outro lado do rio Chao Phraya, que corta a cidade. É onde ficam os hotéis mais chiques como o Hilton, então parecia uma boa ideia. O que eu não sabia é que as porcarias dos hotéis chiques tem um barquinho próprio para atravessar o rio, e o meu humilde hostel obviamente não tinha.
O google me mandou atravessar o rio por uma ponte, depois a rua por um viaduto, tudo num calor infernal de 35ºC e ainda por cima de calça jeans!!! Moral da história: quando vc ver que o google te manda ir muito longe pra atravessar algo, desconfie, terão milhares de degraus pra você enfrentar.
Depois de um crossfit urbano inesperado, chegamos no Decordo Hostel. Se você escolheu ficar em hostels na Tailândia, prepare-se: você vai ter um choque cultural. Os hostels são exemplo de como é a vida real de Bangkok, como eu disse no título: uma cidade de contrastes. As ruas são feias, o clima úmido dá uma sensação de abafamento terrível, parece que você nunca tá limpo, as entradas dos lugares são estranhas, as casas parecem decadentes, mas por dentro são simples e muito limpas, muito honestas no que oferecem e principalmente com um atendimento super educado e prestativo.
Eu me senti parte da família que administra o Decordo Hostel, tudo que eu precisava eles tentavam ajudar, mesmo com a dificuldade da língua, davam as informações necessárias, desenhando se preciso. Quando precisamos fazer uma ligação eles foram intérpretes. Um a-m-o-r. Mas quando cheguei estranhei muita coisa que depois descobri ser cultural, ou seja, a não ser que eu me hospedasse em um Ibis ou outra rede de hotel eu teria que encarar essas coisas.
A maioria dos turistas pega hotel/hostel na rua Khao San Road, que é a rua mais famosa de Bangkok. Lá é onde tem a maior concentração de turistas por metro quadrado na cidade. Também tem bastante agências de viagem, restaurantes e bares. Quando fui pesquisar hotel me indicaram não pegar por lá, pois você não tem uma noção certa de como é a cidade e a vida dos locais. Isso realmente faz diferença (e faz sentido também na hora de escolher as ilhas para visitar). O que eu acho que a Khao San Road ganha da localização do Decordo é que fica do lado “certo” do rio, onde a maioria dos pontos turísticos ficam. Mas depois de aprender a dica do barco, isso não tem peso algum, pois as viagens para os pontos turísticos pelo nosso lado ficaram muito mais baratas.
Não subestime o ar-condicionado
E por falar em dica, aqui vai uma muito importante: Pegue um quarto COM AR-CONDICIONADO! Muito sério isso, não adianta ventilador. Não tem como viver em Bangkok sem a brisa maravilhosa e seca do meu amiguinho AC. Quando você toma banho você desliga o chuveiro e já tá grudando instantaneamente. Um detalhe bom do Decordo é que a ala feminina é totalmente separada.
Você tem o banheiro só de meninas dentro da área restrita e lá embaixo o misto. Então no quinto dia eu já ia de toalha pro quarto tranquilamente pra ter certeza que ia ter pelo menos 15 minutos de corpo-não-grudando. Choquei a sociedade mas as européias faziam o mesmo.
Verifique como são os banheiros. Os banheiros tailandeses são bem diferentes. O chuveiro e a privada não tem separação alguma e por isso é estranho para nós. E também podem ter problemas com a rede de esgoto e nos dias de chuva subir um cheiro desagradável. Se você estiver indo na época chuvosa como eu fiz isso faz muita diferença.
O hostel oferecia café da manhã (torrada com geléia e café), mas eu e minha amiga resolvemos incrementar o pão nosso de cada dia. A outra dica: NÃO TOME CAFÉ PASSADO EM BANGKOK! Eu não sei o que eles fazem, mas é muito, muito, muito ruim. Como não sei viver sem cafeína eu comprava aqueles cafés gelados industrializados e era bem bom. O café da manhã tradicional tailandês é arroz. O Decordo foi querido e ocidentalizou e botou torrada com geléia. Outra coisa que fazíamos era comprar um sanduíche e um onigiri pra cada uma de café da manhã na 7-Eleven (uma rede de lojas de conveniência americana que existe em toda a Ásia). Guarde esse nome com carinho, pois a 7-Eleven salva vidas.
E mais uma coisa importante de saber antes de sair pra rua: água só engarrafada. No hostel eles tinham um galão que podíamos encher nossas garrafinhas (que foram cortesia) gratuitamente. Uma bênção, já que você perde 3 litros de água por dia naquela terra.
Eu evitei comer na rua porque tive a infeliz experiência de ver como muitas barraquinhas lavam suas louças: na goteira da chuva. Aquilo me deixou incomodada e eu preferi comer em restaurantes e coisas mais organizadas, com pia e etc. Mas cada um sabe o risco que pode correr, comer comida de rua é uma parte do turismo. Eu deixei pra comer só sorvete de coco, água-de-coco e coisas assim, que não são muito melhores se estiverem contaminados…
Confira todas as dicas dessa viagem:
– Bangkok –Meu primeiro pulo na Ásia
– Bangkok – Chegando sem traumas
– Bangkok – Onde ficar: hotel ou hostel?
– Bangkok – a cidade dos contrastes: o famoso BTS
– Bangkok – Barquinhos para todos os lados
– Bangkok – Como se virar com Taxis, Tuk-tuks e Uber
– O maior desafio da vida: Pegar um ônibus em Bangkok
– Bangkok – Dicas para pegar pacotes turísticos
e muito mais…
Os dados deste post são do final de 2016, os valores e regras podem ter mudado.
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