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Embarquei num passeio de catamarã e encantei-me com a beleza do Recife
O apelido “Veneza brasileira” atribuído ao Recife tem toda razão de ser. Ele se deve a peculiaridade geográfica da cidade com a presença de rios, pontes e canais que lembram a cidade italiana. Assim como em Veneza, no Recife os rios e canais cortam a cidade, sendo o principal deles o Capiberibe, e foi no Capiberibe que fomos passear de Catamarã.
O Passeio de Catamarã
Era um domingo, nosso 1º dia de turista na cidade. Saímos cedo do aparthotel onde estávamos hospedadas na praia de Boa Viagem e fomos de automóvel até o Cais Santa Rita, no bairro São José, para o passeio de catamarã.
No planejamento da viagem, coloquei este passeio como um de meus desejos a serem realizados no Recife, a questão era escolher qual iríamos fazer, já que por mim, eu faria quase todos, hahaha. A empresa Catamaran Tours oferece diversos passeios, sendo o Recife e Suas Pontes o mais popular, mas eu escolhi outro.
Escolhi o Recife e Seus Bairros, que acontece somente aos domingos e no qual o Catamarã, navegando pelo Rio Capibaribe, passa pelos principais pontos turísticos do centro do Recife, cortando 17 bairros da cidade e logicamente passa sob suas principais pontes.
E se chover? Conversei por whatsapp com a empresa e eles me disseram que se chover, o catamarã tem toldo de proteção e se chover muito, há a possibilidade de aquisição de capas de chuva no local. O toldo serve também para nos proteger do sol. 🙂 Reservas efetuadas, era só esperar o dia do passeio.
E não é que amanheceu chovendo? Tudo que eu não esperava, era a chuva decidir cair bem no horário do nosso passeio! Um pouco antes das 10 horas o tempo melhorou, ficou nublado, choveu de novo, levantaram os toldos, depois melhorou, baixaram os toldos e mais tarde fez um sol coisa mais linda!
As pontes do Recife
Todo mundo já acomodado no catamarã e começa o nosso passeio. A guia turística, que acompanha, vai nos contando a história de cada local e cada ponte por onde passamos. Algumas pontes são bem baixas e a guia nos orienta a permanecermos sentados e em algumas delas, os toldos são arriados para que possamos passar. Ao passar em cada ponte, a guia nos diz para fazermos um pedido, e a gente, com fé, faz o pedido, esperando que as pontes e os santos nos ajudem a que eles se realizem!
1º ponte – Antiga Ponte Giratória
A antiga Ponte Giratória do Recife, também conhecida como “Ponte Giratória do Recife Antigo”, foi uma ponte que ligou o Bairro de São José e o do Recife Antigo. Inaugurada em 1923, manteve-se em funcionamento até 1970, quando foi desativada e substituída pela ponte de concreto 12 de setembro. Chamava-se Ponte Giratória por sua estrutura central ser montada sobre uma coluna pivotante, que servia para liberar a navegação de embarcações maiores na foz do Capiberibe. Da antiga ponte sobraram somente as fundações, que são essas enormes estruturas circulares que dá para ver na foto.
2ª ponte – Ponte Maurício de Nassau
Antes de chegarmos na Ponte Maurício de Nassau, a guia nos mostra à nossa direita, o prédio onde está instalado o Shopping Passo da Alfândega. O edifício abrigava, no ano de 1732, o antigo Convento dos Padres Oratorianos de São Filipe Néri. Mais tarde, no início de 1800, abrigou a antiga Alfândega de Pernambuco. Passou por vários outros usos e após um período de degradação, o edifício foi restaurado e se tornou um shopping center.
Depois de passarmos pelo Paço da Alfândega, chegamos na Ponte Maurício de Nassau. Ela conecta os bairros do Recife Antigo com o Santo Antônio. É considerada a primeira ponte de grande porte construída no Brasil.
Sua construção teve início em 1642, porém depois de quinze pilares já erguidos, a obra foi paralisada. Sentindo a pressão das críticas pela paralização da obra, Maurício de Nassau assumiu pessoalmente a liderança da construção e investiu recursos próprios no empreendimento. Faltando ainda 10 pilares e com o orçamento estourado, Nassau tomou uma decisão inovadora: optou por usar madeira impermeabilizada ao invés de pedra. A inauguração da ponte ocorreu em 28 de fevereiro de 1644, e ela recebeu o nome de “Ponte do Recife”. Ela se estendia por uma distância maior do que a atual.
Mais tarde, entre os anos de 1683 e 1742, a ponte sofreu reformas e melhorias, mas sua estrutura não aguentou e cedeu em outubro de 1815. Em seu lugar construíram uma nova ponte batizada de 7 de setembro e inaugurada em 7 de setembro de 1865, que não durou muito, porque seu material foi corroído pela ferrugem. E foi em 1917, que inaugurou-se no local, a ponte Maurício de Nassau, na administração do então governador Manoel Borba.
Cinco estátuas decoram a ponte: Ceres, Minerva, Comércio e Justiça, feitas em ferro fundido, estão sobre pilares nas extremidades da ponte e uma quinta estátua, em concreto, está no centro.
3ª ponte – Ponte Buarque de Macedo
A Buarque de Macedo foi a 3ª ponte sob a qual passamos de catamarã. Ela é conhecida como a ponte mais extensa do Recife. Sua primeira versão foi feita em madeira e inaugurada em 1890. Mais tarde, em 1922, a ponte Buarque de Macedo foi reconstruída. Ela liga a Avenida Rio Branco à Praça da Republica, onde está o Palácio do Governo, que recomendo a visita, é muito bonito. Ela está no local onde os rios Capiberibe e Beberibe se encontram.
4ª ponte – Ponte Princesa Isabel ou ponte Santa Isabel
A ponte Princesa Isabel, também conhecida por ponte Santa Isabel, foi a primeira ponte de ferro da cidade do Recife. Inaugurada em dezembro de 1863, tem seu projeto original idealizado pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier. Em 1967, a ponte foi reestruturada, após os danos causados pelas enchentes dos dois anos anteriores.
Novamente a guia pede aplausos ao passarmos sob a ponte e em meio à degustação de comes e bebes que compramos à bordo do Catamarã, e já totalmente imbuídos do espírito turístico, aplaudimos calorosamente mais esta ponte. Olha a chuva!
E continuou o levanta toldo e abaixa toldo do catamarã! 🙂
5ª ponte – Duarte Coelho
Navegando rio Capiberibe acima, após a ponte Princesa Isabel e antes de chegarmos na Duarte Coelho, passamos por uma região de antigos casarios às margens do Capiberibe.
Chegando na 5ª ponte, novamente fomos chamados para mais uma salva de palmas e para fazermos mais um pedido secreto ao passarmos por sob a ponte.
A ponte Duarte Coelho foi construída em 1868, possuía estrutura metálica e era dedicada ao transporte ferroviário e de trens urbanos. Anos mais tarde, foi desativada por seu estado de deterioração. Em 1943, uma nova ponte foi inaugurada. Esta foi construída em concreto armado e destinada ao fluxo de veículos, ligando duas importantes avenidas da cidade: a Avenida Conde da Boa Vista e a Avenida Guararapes.
É na ponte Duarte Coelho que durante o carnaval do Recife é montada a alegoria gigante do Galo da Madrugada.
6ª ponte – Ponte da Boa Vista
A Ponte da Boa Vista, também conhecida como Ponte de Ferro, tem uma história no mínimo curiosa. Sua primeira versão, construída em madeira em 1737, durou até ser destruída a mando do governador Henrique Luís Pereira Freire de Andrade, durante seu mandato (1737-1746). Eita!
Em 1815, o engenheiro Antônio Bernardino Pereira do Lago a reconstruiu, adicionando gradis de ferro, calçamento de seixos irregulares e varandas com bancos. Em 1874, por projeto do engenheiro Francisco Pereira Passos, a ponte ganhou novo design, com formato moderno (para a época) em ferro batido e pequenos ladrilhos que se encaixam em forma de losangos.
As enchentes de 1965 e 1966 causaram danos à ponte e sua restauração, feita em 1967, resultou em mudanças e descaracterização que levaram a um embargo da obra pelo IPHAN. Só que o IPHAN embargou tarde demais, quando o trabalho estava praticamente concluído. Eita 2!
7ª ponte – Ponte Velha
A ponte 6 de Março, mais conhecida como Ponte Velha, foi a sétima ponte sob a qual navegamos. Sua inauguração ocorreu em 6 de março de 1921 e o nome é uma homenagem da cidade do Recife ao dia em que irrompeu a Revolução Pernambucana de 1817.
Em 1976, a ponte passou por uma reforma e ampliação, mas suas características originais foram preservadas, principalmente os gradis, postes de ferro fundido, lampiões e passeios laterais em ladrilho.
Os gradis da ponte têm um delicado trabalho que lembra uma renda.
Os contrastes sociais da cidade grande
E assim fomos seguindo Recife a dentro, conhecendo bairros com seus arranha céus imponentes contrastando com as moradias em palafitas.
Neste trecho do passeio, a guia nos explicou que do outro lado do Capiberibe estava sendo construído um conjunto do Minha Casa Minha Vida para abrigar essas famílias que vivem nas palafitas, mas que a obra estava paralisada há algum tempo. Eu sinceramente espero que a obra tenha sido retomada.
Depois do passeio, almoçamos no restaurante do local que fica às margens da Bacia do Rio Pina. Gostei de tudo! Gostei do passeio, do serviço de bordo no catamarã, do profissionalismo com que nos atenderam pelo whatsapp e também da comida do restaurante. Quando vocês forem turistar no Recife, façam o (ou os) passeios de catamarã, vale a pena!
Após o almoço fomos conhecer o Centro Histórico da cidade.
Centro Histórico do Recife
O Recife tem uma herança cultural e histórica muito rica, além de suas belas praias. O centro histórico da cidade, conhecido como Recife Antigo, abriga construções antigas preservadas, como conventos e igrejas, pontes e os casarões coloniais. Terminamos o dia no Recife Antigo, curtindo um maravilhoso fim de tarde nessa cidade linda!
No dia seguinte nosso programa era conhecer as Igrejas Barrocas do Recife. Clique aqui e siga o fio dessa viagem.
Onde se hospedar no Recife
A dica é ficar hospedado na Praia de Boa Viagem. Nós ficamos no Boa Viagem Flat BVF 777, um confortável flat a uma quadra da avenida beira mar, localizado no trecho entre a Praça de Boa Viagem e o Parque Dona Lindu. Muito bom!
Na última etapa, quando voltamos de João Pessoa para o Recife, para pegarmos o avião de volta para casa, nos hospedamos no Park Hotel, um confortável hotel três estrelas ao lado da Praça de Boa Viagem.
As nossas reservas das hospedagens foram feitas pelo Booking que é meu site preferencial para reserva de hospedagem. Já reservei hospedagem pelo Booking aqui no Brasil e também no exterior, sempre deu certo. Recomendo.
Olinda é ali ao lado
Sim, Olinda é ao lado do Recife, só 17 km, entre a praia de Boa Viagem e o Centro Histórico de Olinda. Quem está no Recife deve reservar um dia para conhecer a cidade. Clica na imagem abaixo e explore a beleza de Olinda, que aliás, é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade declarado pela Unesco.
Cidade e locais próximos que dá para empacotar numa mesma viagem
Além Recife e Olinda que são uma ao lado da outra, dá para conhecer a Praia dos Carneiros, Maracaípe, Porto de Galinhas e João Pessoa, a capital da Paraíba.
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Referências
Nossa experiência pessoal
Catamaran Tours
Ponte Maurício de Nassau – teste de mestrado de Rafael Arruda Silva
Fundação Joaquim Nabuco
eBiografia
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