O Convento e a Igreja de Santo Antônio, que junto com a Capela Dourada pertencem ao Conjunto Franciscano, têm uma história muito rica. Ele é o sétimo convento franciscano erguido no Brasil.
O Convento e Igreja de Santo Antônio foi o último dos monumentos históricos que visitamos neste dia dedicado a turistar no Recife Antigo. Embora possa parecer um trajeto meio esquisito, já que a Capela Dourada foi nossa primeira visita e a Igreja e Convento de Santo Antônio (que ficam ao lado da Capela Dourada) tenha sido a última, isso se explica por causa dos horários de visitação de cada monumento. 🙂
Convento e Igreja de Santo Antônio
O Convento e a Igreja de Santo Antônio é o sétimo convento franciscano erguido em nosso país, sendo o Convento de São Francisco da cidade de Olinda o mais antigo do Brasil. Assim como a Capela Dourada, foi tombado ao Patrimônio Histórico Nacional em 1938, tendo o terceiro mais antigo registro de tombamento ao patrimônio histórico do estado de Pernambuco. É também uma das construções mais antigas ainda existentes na cidade do Recife.
Retalhos da história do Convento e Igreja
Em 28 de outubro de 1606, os frades franciscanos de Olinda resolveram construir um convento para atender a população da região de Arrecife (hoje o Recife) para tal, aceitaram a doação de terras feita por Marco Sodré, um rico senhor de engenho, para a construção do convento. Mas o convento não começou assim, com essa beleza do atual complexo. No início foi construído um pequeno oratório, a casa dos frades e havia um hospital em anexo.
No período da ocupação holandesa o edifício do Convento foi transformado em fortaleza, recebendo muralhas, baluartes, canhões e outros apetrechos militares ganhando o nome de Forte Ernestus. Nesta época, a igreja passou a servir como paiol e como cemitério, o chamado “cemitério dos infamantes” ou “da vergonha”. Aqui foram sepultados indigentes, escravos e mártires de revoluções. Na igreja também foi sepultado um dos heróis da Insurreição Pernambucana, Henrique Dias.
A partir de 1640, o local deixa de servir como forte e volta ser utilizado como templo, só que da igreja anglicana. Foi nesta época que o Convento de Santo Antônio ganhou a torre com o relógio. Em 1654, com a saída dos holandeses, o convento voltou a ser ocupado pelos católicos franciscanos que realizaram reparos e ampliações.
Resumindo a história: ele foi católico, passou depois a ser fortaleza militar, voltou a ser templo, desta vez da igreja anglicana, e depois voltou a pertencer aos frades franciscanos.
O convento possui um dos maiores acervos azulejares do período colonial brasileiro. Os azulejos do andar térreo do claustro foram restaurados no ano de 2008 com o apoio do BNDES.
Infelizmente para o patrimônio histórico, nem todos os azulejos do complexo foram restaurados. Espero que o BNDES ou outra instituição faça novas ações como esta. Eu sonho em ver o Brasil valorizando e preservando cada vez mais o patrimônio histórico nacional.
Ao visitarem o convento, observem no pátio do claustro, os painéis retangulares de azulejos que estão na parte externa do corredor superior, dá para observar na foto da torre. Estes azulejos de origem holandesa foram produzidos entre 1630 e 1650 em Delft (Holanda). Acredita-se que devem ter sido aproveitados de outras construções holandesas da região. Cada conjunto de azulejos possui um tema diferente, como motivos florais, peixes, figuras humanas, etc. Esta preciosidade histórica passou mais de meio século recoberta e só foi revelada no século XX, nas reformas realizadas no convento.
Igreja de Santo Antônio
A atual Igreja de Santo Antônio é a sucessora do primitivo oratório erguido junto com o convento no século XVII. A igreja é construída em nave única e chama a atenção do visitante o altar principal com o grande crucifixo. Próximo do altar principal há uma monumental cúpula revestida de azulejos de padrões mouriscos em três cores, datados de 1780.
Nas paredes laterais há uma série de azulejos portugueses importados entre os anos 1720-1750, representando cenas da vida de Santo Antônio. No teto observem a pintura com moldura oval, onde se vê Santo Antônio com o Menino Jesus. No piso são formados mosaicos de ladrilhos lisos e coloridos.
A Igreja de Santo Antônio e a Capela Dourada são separadas por uma grande grade de ferro. De um ambiente dá para ver o outro.
Na sacristia há objetos de culto, mobiliário setecentista com ornamentação de prata, além de lavatórios e pinturas a óleo.
Visita ao Convento e Igreja de Santo Antônio
Sinceramente não lembro qual é a entrada para o Convento, inclusive enviei e-mail para a Associação Franciscana, para poder informar aqui no blog, mas infelizmente não tive resposta. De qualquer forma, é só perguntar na entrada do Museu e Capela Dourada que eles informam. Se não é a mesma entrada, é ao lado.
A visita nesta parte do complexo não é visita guiada, podendo andar sem restrições com o devido respeito ao patrimônio histórico.
Terminei o dia exausta de tanto andar no centro antigo do Recife. Daqui pedimos o Uber e voltamos para o nosso Flat na praia de Boa Viagem.
Outras Igrejas barrocas do Recife Antigo
Além da Capela Dourada e do Convento e Igreja de Santo Antônio, fomos conhecer outras igrejas e conventos do Recife Antigo, que descrevo no post 10 igrejas barrocas e conventos do Recife Antigo para conhecer. Clique e confira, você vai gostar.
Onde nos hospedamos em Boa Viagem
Na minha opinião, a melhor região para ficar hospedado no Recife é a Praia de Boa Viagem. Praia linda, só não dá para turista se arriscar no mar, sabe por que?
O Boa Viagem Flat BVF 777, onde nos hospedamos, é um confortável flat na Praia de Boa Viagem, a uma quadra da avenida beira mar, localizado no trecho entre a Praça de Boa Viagem e o Parque Dona Lindu. O flat é composto por uma sala com cozinha conjugada, um quarto e um banheiro. Para nós foi uma ótima escolha e com um bom custo benefício. Como já comentei em outros posts, tanto no Brasil quanto no exterior, tenho dado preferência a flats ou apartamentos quando a estadia é mais prolongada.
Havia uma rede no quarto! Que meigo! 🙂
Cidades próximas que empacotamos na mesma viagem
Além de Olinda que é vizinha do Recife, colocamos em nosso roteiro as praias de Maracaípe, Porto de Galinhas e também João Pessoa, a capital da Paraíba, que fica a 120 km de distância do Recife. Do Recife a Porto de Galinhas dá 60 km, 1 hora de automóvel. E se quiser saber mais sobre o Recife, sobre o passeio de catamarã e sobre Boa Viagem leia o post Conhecendo o Recife, suas belezas, história e cultura.
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Referências
Nossa experiência pessoal
Prefeitura do Recife
Venerável Ordem III de São Francisco
Portal Iphan
Iphan – Bens tombados em Pernambuco
BNDES
Fundação Joaquim Nabuco
Histórias, Fotografias e Significado das Igrejas mais bonitas do Brasil
Wikipédia
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