Almoçar um barreado em Morretes

O Barreado de Morrestes, Paraná.

Morretes é uma pequena e charmosa cidade histórica do litoral do Paraná, conhecida por seus inúmeros restaurantes que servem o famoso barreado, prato típico do litoral do estado.

Passear em Morretes é um ótimo programa de final de semana. Muito próxima de Curitiba, dá para fazer um bate-volta, ou para quem preferir, pode passar o final de semana na região.

Partindo de Curitiba há três formas de ir para Morretes: descendo de trem e curtindo a descida da Serra do Mar pela histórica estrada de ferro, de carro/moto ou bicicleta pela Estrada da Graciosa ou pela BR-277.

Morretes e o Rio Nhundiaquara
Morretes e o Rio Nhundiaquara.

Naquele sábado ensolarado que íamos para o litoral, decidimos fazer da descida da Serra um passeio diferente. Fomos pela Estrada da Graciosa, curtindo e parando em cada recanto, admirando a deslumbrante paisagem até chegarmos em Morretes para almoçar.

As hortênsias na beira da Estrada da Graciosa, Paraná.
As hortênsias na beira da Estrada da Graciosa, Paraná. Foto: Maria Eugênia.

A cidade de Morretes

A cidade de Morretes fica na beira do Rio Nhundiaquara numa região cercada de montanhas, rios de pedra e cachoeiras. O turismo gastronômico é muito forte, sendo puxado pelo barreado e pelos pratos de frutos do mar.

Centro histórico de Morretes, Paraná.
Centro histórico de Morretes, Paraná.
cidade de Morretes, Paraná
Cidade de Morretes, litoral do Paraná.

Onde Comer Barreado em Morretes

(Atualizado em janeiro de 2019) – Chegando no centrinho da cidade são inúmeros os restaurantes à disposição. O carro chefe do cardápio de todos eles é o barreado. A faixa de preço não varia muito entre eles e os restaurantes situados na beira do Rio Nhundiaquara são bastante disputados pelos turistas. Alguns restaurantes colocam o preço na internet, mas infelizmente a grande maioria ainda não faz isso. Dá para ter uma ideia pelos restaurantes Ponte Velha e Madalozo que divulgam o preço em seu site.

Quanto custa?

O preço de um barreado completo com frutos do mar estava em torno de R$68,00 por pessoa (base 2019). O prato de barreado tradicional (ou barreado simples), aquele que não vem os frutos do mar, é mais barato. Eu quando vou almoçar em Morrestes, escolho o Barreado Tradicional (simples). É mais barato e mais típico. Observe que alguns restaurantes oferecem o barreado para duas pessoas. Ah! E dá para repetir quantas vezes quiser. 😉

A ponte velha na cidade de Morretes.
A ponte velha na cidade de Morretes. Foto: Maria Vitória.

Na nossa última visita à Morretes, em janeiro de 2019, resolvemos conhecer o restaurante Ponte Velha, um dos que pesquisamos que divulgam o cardápio com preços em seu site na internet. Já achei um ponto positivo.

Restaurante Ponte Velha em Morretes.
Restaurante Ponte Velha em Morretes. Foto: Maria Eugênia.

O restaurante fica na beira do Rio Nhundiaquara, logo após cruzar a ponte velha. Possui estacionamento próprio, sem custo adicional, o que é uma benção para o automóvel naquele calor do verão em Morretes.

Fomos numa quinta-feira, dia que os restaurantes estão mais tranquilos e chegamos meia hora antes do restaurante fechar. O ambiente é climatizado, confortável e com uma linda vista para o Nhundiaquara.

Restaurante Ponte Velha em Morretes.
Restaurante Ponte Velha em Morretes.
Restaurante Ponte Velha em Morretes.
Restaurante Ponte Velha em Morretes.

Pedimos o Barreado Tradicional (sem frutos do mar) que vem acompanhado de farinha de mandioca, arroz, filé de peixe à milanesa, croquete de peixe, vinagrete, maionese, molho tártaro e banana. Como não queríamos comer o peixe à milanesa, para evitar desperdício, solicitamos ao garçom que não o trouxesse, embora ele fizesse parte do prato. Pelo nosso gesto de redução do desperdício, o garçom nos trouxe, em substituição ao peixe, uma porção de banana à milanesa que estava uma delícia. Acho que vou dar uma sugestão ao Ponte Velha de oferecer ou peixe ou banana à milanesa junto ao barreado tradicional, o cliente escolhe. 😉

O barreado do Restaurante Ponte Velha em Morretes - Paraná
O barreado do Restaurante Ponte Velha, Morretes. Foto: Maria Eugênia

Na outra vez que fomos à Morretes, almoçamos no Empório do Largo, o restaurante também fica à beira do Nhundiaquara, do lado de cá do rio.

Pedimos o barreado simples (sem frutos do mar) porque barreado é barreado né! O restaurante é muito legal, tem música ao vivo com artistas da região. No verão, o legal é almoçar na área externa do restaurante e de preferência nas mesas à beira do rio Nhundiaquara. 🙂

Restaurante Empório do Largo, Morretes.
Restaurante Empório do Largo, Morretes.

O Empório do Largo fica numa casa de 1733, uma das construções mais antigas de Morretes e que pertenceu a João Almeida, o fundador da cidade. A decoração é feita com objetos antigos. dando um clima todo especial para o ambiente.

Restaurante Empório do Largo em Morretes.
Restaurante Empório do Largo em Morretes.

O que é o Barreado?

O barreado é um prato de origem açoriana. A origem no litoral do Paraná é atribuída aos portugueses que vieram para nosso litoral no século XVIII. Consiste numa carne cozida por longo tempo em panela de barro, com tampa também de barro para que o peso da tampa não permita que o caldo do cozimento seque. A tampa da panela é fechada com uma massa feita de farinha e água para preservar a humidade e o calor. Após o longo tempo de cocção, a carne fica desfiada e extremamente macia. Serve-se acompanhado de farinha de mandioca, arroz, banana e laranja. Fonte: Wikipédia.

Barreado, comida típica do litoral do Paraná
Barreado, comida típica do litoral do Paraná.

Depois de almoçar, a pedida é se perder entre as lojinhas e barraquinhas de artesanato que ficam nessa região do centrinho da cidade. Ali você encontra de tudo, muito artesanato com pedras brasileiras, madeira, produtos trabalhados com fibra de banana, junco ou taboa. Compotas, cachaça e licores e tudo que se possa imaginar que pode ser produzido com bananas. Banana-passas, banana-chip, licor de banana, cachaça de banana e as famosas balas de banana.

O artesanato de Morretes.
O artesanato de Morretes.

Quando for para Morretes, não deixe de experimentar a cachaça e o  licor de banana na feirinha de artesanato, experimente também a banana-chip, você vai gostar. 🙂

O que fazer em Morretes

– Experimentar a gastronomia da região;
– Passear pelo centro histórico, observando o casario, ponte de ferro (ponte velha) e Igrejas;
– Banhar-se no Rio Nhundiaquara. Há uma pequena praia de rio onde as pessoas aproveitam para banhar-se nos dias quentes;
– Passear de barco no Rio Nhundiaquara;
– Visitar Antonina (fica a 15km de Morrretes), outra cidade histórica do litoral do Paraná;
– Praticar boia-cross, para os corajosos…

Morretes e os turistas.
Morretes e os turistas.

Qual o clima da cidade?

A cidade é bem quente no verão. Por estar localizada entre montanhas, a sensação de calor aumenta. Nada que um bom sorvete não resolva. 🙂

Um pouco da história

Até o século XVI a região era habitada pelos índios carijós, a partir de 1646 com a descoberta de jazidas de ouro na região, vieram para cá mineradores e aventureiros oriundos de vilas e povoações do estado de São Paulo. A fundação de Morretes aconteceu em 1721 quando o Ouvidor Rafael Pires Pardinho determinou que a Câmara Municipal de Paranaguá medisse e demarcasse 300 braças em quadra para a instalação do povoado. De lá para cá, o povoado e depois município teve fases de grande desenvolvimento e outras de declínio vertiginoso, pela concorrência e facilidade de acesso à outras cidades da região.

Morretes, casario e a Igreja Matriz.
Morretes, casario e a Igreja Matriz. Foto: Maria Eugênia

O primeiro nome que a vila recebeu, após a demarcação, foi de Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos Três Morretes. Em 1841, foi elevada a categoria de município, sendo desmembrada de Antonina. Em 1869 passou a ser chamada de Nhundiaquara e em 7 de abril de 1870 passou a ser chamada de Morretes.

O nome Morretes originou-se do fato de estar a Cidade cercada por morros de pequena elevação e que eram denominados de Morretes.

Rio Nhundiaquara em Morretes.
Rio Nhundiaquara em Morretes. Foto: Maria Eugênia

Nhundiaquara” nome indígena: (NHUNDIA: peixe, jundiá e QUARA: empoçado, buraco).

Como chegar

Há três maneiras de chegar em Morretes, duas delas bem turísticas. Você pode ir de Curitiba para Morrestes de trem, pode ir de automóvel pela estrada centenária da Graciosa ou pode ir pela BR-277 (a mais sem graça).

Descendo a Serra do Mar de trem

São 110 quilômetros viajando pela maior área preservada de Mata Atlântica e por uma ferrovia histórica, com 130 anos. A operadora do trecho é a Serra Verde Express. O trem sai da rodoferroviária de Curitiba. Veja horários e tarifas aqui.

Estrada de ferro Curitiba, Morretes, Paranaguá.
Estrada de ferro Curitiba, Morretes, Paranaguá. Créditos: Serra Verde Express

Descendo a Serra do Mar de trem e subindo pela Estrada da Graciosa

Um passeio muito legal é descer de trem e subir de carro pela Estrada da Graciosa. Na minha opinião, esse é o passeio mais completo que tem. A descida de trem é uma experiência única, é um passeio muito bonito, mas a Estrada da Graciosa também é sensacional, juntar os dois fica perfeito.

Algumas operadoras de turismo oferecem esse passeio, incluindo uma visita à Antonina que é outra cidade histórica do litoral do Paraná. Esta opção é um pouco mais cara do que descer e subir de trem, mas considerando que o almoço está incluso, que tem o passeio para Antonina e o turista é pego no hotel, se for fazer as contas, o custo é praticamente o mesmo.

As hortênsias na beira da Estrada da Graciosa, Paraná.
As hortênsias na beira da Estrada da Graciosa, Paraná.

Descendo a Serra de automóvel, moto ou bike pela Estrada da Graciosa

A descida pela estrada da Graciosa é linda e a própria estrada é o passeio. Quem quiser descer pela Graciosa, deve pegar a BR-116 sentido São Paulo até chegar no Portal da Graciosa. Dou as dicas de como chegar e como se achar com o GPS no post que escrevi sobre nosso passeio na Graciosa.

Portal da Estrada da Graciosa -Paraná.

De automóvel pela BR-277

Saindo de Curitiba, sentido litoral, após a descida da Serra do Mar, pega a estrada PR-408 na saída 29 que vai chegar lá. Se colocar Morretes no GPS, ele automaticamente manda por essa estrada (o meu faz assim) A distância é de aproximadamente 70 km de Curitiba e o tempo de viagem dura em torno de 1 hora. Essa é a opção mais rápida, mas é a menos turística, então, na minha opinião, a menos interessante como passeio.

Onde se hospedar

Para quem quiser passar o final de semana na região, existem boas pousadas na cidade. Analise as pousadas de Porto de Cima e da Estrada do Anhaia, além das que ficam no centro da cidade. Para quem está de automóvel, é tudo muito perto. Nós não ficamos hospedados lá porque estávamos seguindo para as praias do Paraná, assim, não tenho uma experiência pessoal para contar para vocês, mas vejam no booking.

Falando em booking, no site deles há duas cidades com o nome Morretes, uma no Paraná e outra no RS. Observe isso ao pesquisar ou clique aqui que o link envia para a cidade de Morretes do Paraná.

Veja como foi a descida de carro pela Estrada da Graciosa.

Posts desse passeio
O passeio na Graciosa
Almoçar um Barreado em Morretes
* foto de capa: Dilma Xavier



Referências
Nossa experiência pessoal
Prefeitura de Morretes
Wikipédia

Post originalmente publicado em fevereiro de 2017 e atualizado em janeiro de 2019.

27 comments

    1. Oi Lais, o barreado é um prato bem típico, alguns não gostam, mas a maioria que experimenta gosta. Quando chega final de semana e está aquele dia lindo de sol, o pessoal desce pela estrada da Graciosa para passar o dia e comer um barreado em Morretes. Alguns vão de carro ou moto, mas tem muita gente que desce de bike. Só não sei como a turma da bike retorna para Curitiba, se no pedal ou de trem, estamos a 935 m acima do nível do mar, é um subidão! ??

  1. É tranquilo descer pela estrada graciosa???? Me falaram q é super perigoso e difícil ir de carro ?

    1. Oi Camila, é tranquilo e muito bonito quando as hortênsias estão floridas na primavera.É um local para passeio, a velocidade varia de 60 km a 40 km por hora em alguns trechos da serra. Ninguém está ali para andar rápido, quem tem pressa vai pela BR-277. É proibido o tráfego de caminhões e ônibus grandes nessa estrada. Escrevi um post sobre a estrada, tem fotos lá..Só não desça a Graciosa com chuva, além de ser mais perigoso no trecho de paralelepípedo, vc não vai apreciar a beleza da estrada. Abs. Veja as fotos no post:
      https://conheciecurti.com.br/estrada-graciosa/

  2. Olá! Gostei bastante do seu post. Estarei indo a Morretes em outubro e gostaria de saber o valor médio do barreado para duas pessoas.
    Desde já, agradeço.

    1. Oi Marina, esqueci de tirar foto do cardápio. No restaurante que eu fui o preço é por pessoa. Eles tem a opção de barreado tradicional e barreado com frutos do mar. O cardápio e os preços não variam muito entre os diversos restaurantes de lá, os da beira do Rio Nhundiaquara talvez cobrem um pouco mais, mas não posso te afirmar. Fui em janeiro desse ano (2017) e paguei R$198,00 para quatro pessoas, aí incluído o barreado tradicional para quatro pessoas e duas jarras de suco de abacaxi. Creio que o barreado tradicional deve estar custando entre R$40,00 a R$50,00 por pessoa.
      Para mim, a opção de barreado com frutos do mar não vale a pena, vem muita coisa e não se saboreia direito nenhuma delas, além de custar mais caro. Prefiro num dia comer só o barreado e se eu quiser num outro dia vou num restaurante só de frutos do mar. 🙂

  3. Morretes é linda e o barreado maravilhoso. Gostei muito do seu post! Estivemos em Morretes em fevereiro e almoçamos exatamente no mesmo restaurante que você. Ao ler seu texto, deu vontade de ir pra Morretes novamente só pra saborear novamente o barreado. Amei!

    1. Descemos pela estrada da Graciosa, o dia estava lindo! Adoro barreado, no restaurante conseguimos aquelas mesas super disputadas da borda do rio 😉

  4. Wou! Esta dica gastronômica é bem diferente… já tinha ouvido falar sobre barreado, mas nunca soube o que era exatamente! Achei muito interessante a forma de preparo.. deve ser uma delícia!
    Abç!

  5. essa estrada de ferro parece ser genial, sempre tive muita vontade de conhecer o Paraná, infelizmente só passei de ônibus, e todo mundo sempre fala bem de Morretes.

    1. Ela é uma ferrovia histórica. A construção foi idealizada pelos irmãos Rebouças, os engenheiros Rebouças, e começou em 1880, com a presença do imperador D. Pedro II. Embora vários engenheiros europeus (da época), tenham declarado que o projeto era impraticável, os dois engenheiros brasileiros, os engenheiros Rebouças, fizeram a obra acontecer. A região da Serra do Mar é de difícil acesso, imagine isso em 1880 😉

    1. Oi Adriana, Morretes é uma gracinha mesmo. É uma das cidades históricas do litoral do Paraná. Atualmente ela tem investido bastante na preservação do centro histórico e o turismo está muito forte na região. Se vier para o Sul, dê uma esticada até Morretes e experimente nosso barreado. 🙂
      Abs.

  6. Só comi barreado uma vez na vida e foi em Foz do Iguaçu! Tentei uma vez ir para Morretes, mas o trem quebrou e passamos o dia nele, tentando voltar para Curitiba. Quem sabe a gente tente novamente 😛

    1. Ai que dó Eloah, passar o dia no trem ninguém merece! 🙁
      Mas vc tá convidada para uma próxima viagem, sem quebras de trem… hahaha

  7. Que saudades de Morretes e da Serra da Graciosa. Fiz o segundo grau e faculdade em Curitiba e desci o caminho itupava e a serra graciosa de bicicleta algumas vezes. Uma pena que no caso da primeira trilha até onde eu saiba anda bastante perigoso. As hortênsias na serra são lindas!!!
    Obrigado por compartilhar com a gente!!

    1. Oi Oscar, legal descer de bicicleta, eu não consigo nem ir até a esquina de bike hahaha. Não sei como está a situação da 1ª trilha, fomos de carro e pegamos a entrada pela BR-116, Morretes está linda!

    1. Oi Guilherme, quando descer novamente para o sul e passar por Curitiba, está convidado a conhecer. Vc faz assim: desce pela estrada da Graciosa, faz um pernoite em uma das muitas pousadas de Morretes, naquelas mais de pé de serra, curte a Mata Atlântica, experimenta o barreado e no dia seguinte segue viagem para a praia que vc escolheu. Se for praia de SC é só atravessar o ferry que pega a BR-376 e segue viagem 🙂

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